domingo, 4 de abril de 2010

TEJUPEBA: AQUI MEMÓRIA E DESRESPEITO AO PATRIMÔNIO SE CONFUNDEM

AUTORES: José Eduardo Bastos, Aline Augusta e Gildenor de Pádua

Os anos imediatamente anteriores à chegada dos holandeses ao nordeste brasileiro são marcados por uma conjuntura mundial impar. Nesse momento histórico, estados como Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco figuravam como os três grandes centros urbanos colonial. Em 1580 Portugal enveredaria por um processo que transformaria esse país em parte integrante da União Ibérica, comandada pela Espanha. Enquanto principal colônia de Portugal, o Brasil acabaria sendo envolvido nos conflitos internacionais da coroa de Castela, como resultado do desenrolar natural dos fatos.

Um recuo imediato no tempo mostra que, na Holanda de pouco antes de 1500, a casa de Habsburgo havia chegado ao poder, decidindo mais que de imediato reunir as possessões alemães, espanholas e holandesas nas mãos de Carlos V. É nesse momento que eclode na Europa a Reforma Protestante. Carlos V é sucedido no trono pelo rei Felipe II da Espanha. Uma de suas primeiras medidas foi providenciar a eliminação dos protestantes que habitavam suas terras, num gesto que resultaria no início da Guerra dos 80 Anos.

A Espanha perdeu a guerra em 1588 e, como resultado disso, seu poder entrou em declínio. Por sua vez, a Holanda não só ganhou impulso, como também recebeu milhares de refugiados franceses, belgas, alemães e poloneses, inaugurando assim a época que ficaria conhecida como Idade do Ouro dos Países Baixos.

A represália espanhola não se faria esperar, e viria em forma de fechamento de seus portos aos holandeses. Acossados economicamente e sabedores que as maiores riquezas dos inimigos espanhóis proviam das Américas, os batavos passaram a considerar a possibilidade de conquistar parte das colônias americanas, como forma de estancar a fonte de sustentação econômica das forças espanholas.

Mas anos antes que os holandeses colocassem em prática suas retaliações econômicas contra os espanhóis, em 1601 a ordem dos jesuítas era contemplada na capitania de Sergipe com doações - através de sesmarias - de propriedades que, anteriormente, tinham abrigado fazendas de gados.

Uma dessas possessões é a Fazenda Colégio, que está localizada no município de Itaporanga D’Ajuda, e que dista cerca de 40 km da capital sergipana. A fazenda foi doada aos jesuítas como sesmaria em 1792, e, no local, foi erguido um conjunto arquitetônico, formado por uma igreja e um colégio, que figuram como marcos do período colonial em Sergipe.

Enquanto a igreja servia como referencial cristã, e fora construída no modelo arquitetônico do que havia de melhor na época, o colégio tinha como destino atender preocupações terrenas. Seu funcionamento estava voltado à garantia da educação dos filhos da elite de um Sergipe que vivia o período colonial.

Em meados do século XVIII, Sebastião de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, implantava medidas que causaram alvoroço na Europa e transtornos também no meio religioso. Sendo assim, os jesuítas são expulsos de Portugal e das colônias desse país, com as terras e outros patrimônios adquiridos pelos religiosos - também em Sergipe - sendo transferidos a terceiros, através de leilões.

Os registros históricos dão conta que, após a expulsão dos jesuítas, e através dos anos, famílias sergipanas de renome– como Dias, Coelho e Melo e Mandarinos – se sucederam como proprietárias da fazenda colégio. Em 1943 o local foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que intencionava com isso colocar esse patrimônio sob a guarda do Estado, para que o mesmo pudesse ser conservado e protegido, enquanto bem de interesse público - e possuidor de inestimável valor histórico, artístico, arqueológico, etnográfico, paisagístico e bibliográfico.

Numa simples visita a Tejupepa é fácil perceber que nem as famílias abastadas de Sergipe se dispuseram a usar parte de suas finanças para garantir a conservação do local, muito menos o IPHAN vem cumprindo o papel de zelar pelo patrimônio público. Estando ali também é possível especular que entre os administradores que se sucederam no poder em Sergipe, nenhum chegou a adotar medidas visando a manutenção ou melhoria do patrimônio.

O resultado de anos de descaso e abandono pode ser testemunhado por qualquer um que se disponha a visitar o local. A fachada imponente do exterior da igreja deixa de revelar o estado real do prédio. Ao adentrar em seu interior, o visitante será recepcionado por uma revoada de morcegos; em seguida, constatará que não há mais nenhum dos bancos, e que o altar desabou há tempos. Uma inspeção corajosa a outros cômodos da igreja levará o visitante ao estado de revolta, por constatar que todo o espaço se transformou num depósito para se guardar implementos agrícolas carcomidos pelo tempo, móveis velhos e todo tipo de material há muito transformado em sucata. Se não se intimidar diante de cobras, aranhas, e outros animais peçonhentos que proliferam pelo local, o visitante pode abrir espaço entre os destroços, para ter acesso a três ou quatro lajes tumulares de pessoas famosas (entre as pessoas importantes, cujos restos mortais se encontram sepultados nessa igreja, pode-se citar Domingos Coelho e Mello, o barão Antonio Coelho de Melo, entre outros).

Por sua vez, o prédio que abrigava o colégio dos jesuítas, e que no passado deve ter dado importante contribuição para o processo educacional em nosso estado, se encontra em estado tão deplorável quanto a igreja. O andar térreo do prédio - onde no passado funcionou a escola jesuítica – foi transformado num galpão para se guardar insumos, fertilizantes e outros produtos químicos usados na lavoura (esses produtos químicos exalam um mal cheiro tão forte, que impedem as pessoas não só de ficarem ali por mais tempo, mas as fazem supor que eles contribuem ainda mais para o processo de deterioração do antigo colégio). O primeiro andar do prédio, apesar de inteiramente vazio, se encontra num estado tão deplorável que, ao se caminhar por entre o piso de madeira, a sensação que se tem é que a pessoa afundará junto com ele na próxima passada.

Mesmo considerando que vivemos em um país em que a preservação da memória nunca foi prioridade, a realidade encontrada em Tejupeba ainda tem o poder de chocar e indignar qualquer ser humano que possua um pouco de sensibilidade histórica. Em outros estados do nosso país patrimônios muito menos significantes que Tejupeba são preservados, até como forma de o estado explorá-los comercialmente, revertendo seus dividendos em pró da sociedade.

Enquanto Sergipe continuar tratando seu patrimônio com o mesmo desrespeito que tem sido reservado a Tejupeba, o Sergipano continuará a percorrer museus e universidades de outros estados, em busca de conhecer sua própria história.

Igreja erguida em Tejupeba, que servia como referencial cristã


COLÉGIO - Aqui os jesuitas educavam os filhos da elite da sociedade canavieira




sábado, 3 de abril de 2010

CANUDOS - Texto escrito por mim, a partir da frase cunhada por Euclídes da Cunha: "O SERTANEJO É ANTES DE TUDO UM FORTE"

Quando registrou sua frase mais famosa, o escritor Euclides da Cunha procurou expressar um sentimento que não apenas justificava a bravura de um povo que resistia acuado no arraial de Canudos, mas, acima de tudo, que explicava por completo a condição de um homem que teima em sobreviver em uma das regiões mais hostis do nosso planeta.
É sabido que o sertanejo está sujeito a contribuir com a economia do país em pé de igualdade com os cidadãos dos demais Estados do nosso país. Não obstante, por conta de um projeto econômico e social que sempre priorizou os investimentos no centro sul do país, ele nasce condenado a sobreviver privado dos benefícios sociais comuns às pessoas que desfrutam do privilégio de morar um pouco mais abaixo da linha do equador.
Como se não bastassem os obstáculos colocados pelo próprio homem, o sertanejo está predestinado a se confrontar a cada dia com as dificuldades que lhe são impostas pela própria natureza. E é justamente na labuta para preservar a vida – mesmo em meio a um oceano de privações – que o sertanejo desenvolve os antídotos que lhe permite criar defesas para enfrentar o exercício diário pela sobrevivência. Daí, o segredo desse homem em criar seus mecanismos de adaptação às condições sociais mais adversas. E é essa peculiaridade do homem que habita a região árida do nordeste, que está sintetizada de forma magistral na frase escrita com a maior das sensibilidades por Euclides da Cunha.
Canudos, em particular, foi um momento único na vida de um grupo de nordestinos. Foi o momento em que um povo teve a oportunidade de não apenas questionar uma ordem política e econômica imposta, mas de propor saídas, a partir de novas relações sociais, que mexessem num dos maiores traumas da região: o problema da concentração de terras em poucas mãos.
Recorrendo aos ensinamentos cristãos, o beato Antonio Conselheiro conseguiu reunir em torno de si uma legião de pessoas que permaneciam à margem dos projetos governamentais, e que haviam sido expulsas de suas propriedades devido a pressões de latifundiários por demais gananciosos.
Mas a proposta de Antonio Conselheiro – de construir uma comunidade igualitária, regida por suas próprias leis, em que os bens materiais e a terra pudessem ser compartilhados por todos, sem distinção – batia de frente com os interesses do sistema republicano que acabara de se instalar no país, com os grandes latifundiários e até mesmo com setores conservadores da igreja católica.
E, por contrariar interesses tão distintos quanto poderosos, a comunidade organizada em torno do arraial de Canudos levou as forças reacionárias de época a se reunirem em torno da proposta de extinção daquele exemplo de sociedade. Era preciso pôr fim de uma vez por todas não apenas à pessoa física de Antonio Conselheiro e seus “fanáticos seguidores”, mas, e principalmente, lançar ao esquecimento as propostas contidas no projeto posto em prática pelo beato e seus seguidores.
E, nos conflitos sociais que tiveram lugar em nosso país, jamais a coragem de um povo foi colocada tão à prova, como o foi em Canudos. Isso demonstra o quão forte é o sertanejo; isso prova ainda que a aparente fragilidade física do sertanejo esconde seres que, quando decidem defender uma idéia, ou resolvem superar os limites que a natureza lhes impõem, são capazes de se transformar em verdadeiros titãs da resistência.
Os habitantes de Canudos foram fortes – como o é, alias, todo nordestino quando resolve abraçar uma causa justa -, e resistiram por batalhas consecutivas, mostrando que, mesmo acuados, desarmados e maltrapilhos, souberam, como ninguém, usar o dom da estratégia para superar muitos dos obstáculos surgidos ao longo da luta contra inimigos infinitamente mais superiores.
É provável que muita gente – por absoluto desconhecimento de causa – continue a acreditar que Canudos não passou de um movimento religioso, comandado por um indivíduo lunático e alienado.
O que muita gente jamais vai chegar a admitir, é que Canudos (que teve toda sua população assassinada, e depois encoberta pelas águas do Lago de Cocorobó, para que seu exemplo fosse de uma vez por todas apagado do imaginário do povo brasileiro) continua a ser o farol a guiar as ações de todos aqueles que lutam não apenas por justas distribuições de terras, mas também por dignidade para o povo desse país.
Se no presente os movimentos sociais no campo tomaram uma nova feição, isso se deve à evolução dos tempos e às exigências da conjuntura. O que não se pode negar é que Canudos continua como um símbolo de resistência, a ser seguido por todos aqueles que desejam encarnar a bravura do forte homem sertanejo.

José Eduardo Bastos

ARRAIAL DE CANUDOS


quinta-feira, 1 de abril de 2010

RESENHA DO LIVRO DE JOSÉ D'ASSUNÇÃO

BARROS, José d’Assunção. O projeto de pesquisa em História. Da escolha do tema ao quadro teórico. Petrópolis: Vozes, 2005.


José D’Assunção Barros é historiador e professor de História, com doutorado pela Universidade Federal Fluminense. Desenvolve pesquisas sistemáticas na área de História da Cultura nos cursos de graduação e mestrado em História da Universidade USS de Vassouras. Esse carioca que nasceu em 22 de setembro de 1967 possui uma trajetória acadêmica das mais respeitavéis. Nos últimos anos José D'Assunção Barros tem legado grande contribuição intelectual ao meio, escrevendo ensaios e artigo que versam sobre temáticas tão diversas quanto instigantes, como História da Arte, História da Música, História da Literatura, Cinema, Teoria e Metodologia da História, Historiografia, e temas ligados à História de modo geral. Entre os artigos de sua autoria, que foram recebidos sempre com aplausos no meio acadêmico, está o que foi intitulado "Desigualdades e Diferenças", e que procura examinar o fato de alguns processos de dominação transformar determinadas Desigualdades em Diferenças, o que acaba mudando o próprio enfoque social da questão. Em artigos posteriores o autor discorreria ainda sobre problemas históricos, como a escravidão de africanos nos tempos do Brasil Colonal e do Brasil Império, o transporte de milhões de negros para as Américas, as relações entre desigualdades e diferenças sexuais, e as múltiplas trajetórias históricas da noção de "Igualdade" no âmbito do pensamento político, do imaginário e da história dos movimentos sociais.
No campo da História da Arte, José D'Assunção Barros escreveu também alguns ensaios, incluindo "Arte Moderna e Alteridade", no qual busca mostrar como o diferencial da Arte Moderna, a partir de fins do século XIX, e sobretudo no decorrer do século XX, estabeleceu-se precisamente a partir da capacidade que os artistas ocidentais modernos desenvolveram no sentido de renovarem seus próprios padrões criativos e suas práticas artísticas. Simultâneo à carreira de escritor e ensaísta, o autor aqui retratado atuou também no Ensino de História e no Ensino de Música, e suas teses de Mestrado e Doutorado combinam estes dois campos de saber (a História e a Música) conjuntamente com a Literatura, dando origem a estudos sobre os trovadores do período medieval, e sobre a expressão do Imaginário Político na música, na literatura e nas genealogias medievais.
No livro “Projeto de Pasquisa” José Costa D’Assunção oferece, tanto ao estudante de História, quanto ao pesquisado da área em formação, uma discursão pertinente - e em sintonia com o tempo presente – sobre os procedimentos e inúmeros aspectos que envolvem o desenvolvimento de uma pesquisa em história, além de propor alternativas para a elaboração de Projetos de pesquisa em História.
O autor reserva o capítulo de abertura do livro para falar sobre os requisitos fundamentais a um projeto de pesquisa, em especial a flexibilidade que o mesmo deve ter, para garantir que o pesquisador possa optar por uma nova construção teórica, de acordo com novas descobertas que venham à baila ao longo de sua pesquisa. Segundo Barros, à medida que o objeto de pesquisa é submetido a avaliações de pessoas que não estão envolvidas diretamente com sua elaboração, irão surgindo dúvidas e esclarecimentos, que conscientizarão o pesquisador sobre a necessidade de fazer um confronto honesto entre sua proposta e o que já foi escrito por outros sobre o tema.
Encontrar tempo é sempre um dos grandes problemas para o homem moderno, em especial para aqueles que labutam durante boa parte do dia, e ainda abraçam os desafios de uma vida acadêmica. O autor parece ter consciência exata disso, ao reservar boa parte do primeiro capítulo para discutir os passos que podem ser dado pelo pesquisador para que o Projeto de Pesquisa possa ser viabilizado. Nessa perpectiva, o autor brinda seus leitores com discas preciosas sobre por que fazer um Projeto de Pesquisa, o que fazer, para que fazer, como se faz a delimitação do tema, o que colocar na introdução, na justificativa, no desenvolvimento e conclusão, e como proceder para estabelecer a delimitação temática. Sem descuidar um só momento dos passos necessários a uma boa pesquisa, Barros discute, também com profundidade, questão como metodologia, revisão bibliográfica, conograma, recursos materiais, e até mesmos as forma de diálogos que devem ser estabelecidos entre pesquisador e autores.
Para demonstrar finalmente a importância de um projeto de Pesquisa, Barros diz que ele representa um caminho a ser construido passo a passo, a partir dos materiais elaborados pelo próprio pesquisador, com a finalidade de se reduzir o máximo possível o tempo necessário à sua execução. O Projeto de Pesquida se afigura então como um instrumento que garante, ao pesquisador, economizar tempo, agilizar o trabalho de pesquisa e alcançar os objetivos pretendidos.
A exemplo de outros autores que versam sobre o mesmo tema, em O Projeto De Pesquisa em História o autor procura enfatizar a importância de um projeto de pesquida, enquanto elemento norteador de todo e qualquer trabalho levado a efeito também por aqueles que se propõem a fazer o registro histórico. Na concepção de José D’Assunção Barros, por si só o Projeto de Pesquisa consegue apontar os caminhos a serem percorridos, as etapas a serem vencidas e os recursos teóricos de que deve se acercar o pesquisador para longrar êxito em sua empreitada.
Nas páginas de O Projeto De Pesquisa em História todos os itens são tratados com a profundidade devida. Mas o que se pode facilmente inferir da leitura dos capitulos do livro é que o autor partiu do pressuposto de que a história é sempre um campo complexo de conhecimentos, que portanto sinaliza com possibilidade e caminhos infinitos. Sendo assim, José Costa D’Assunçao diz para seu leitor com muita objetividade que, no campo da História, uma pesquisa pode ser realizada com maior riqueza e eficácia se precedida de um planejamento em seus múltiplos aspectos. E isso pressupõe, antes de tudo, a elaboração de um Projeto de Pesquisa devidamente adequado às especifidades do tema trabalhado. A exemplo de outras ciências humanas, a pesquina no campo da história representa também um caminho que deve ser construído como fruto da labuta do próprio pesquisador, e isso envolve iniciativas como delimitação de etapas, como identificação do problema da pesquisa, constituição do quadro teórico e definição de uma metodologia que esteja em perfeita sincronia com as fontes.
Na confecção dessa obra, que deve fazer parte da biblioteca de todos aqueles que prezam também pela boa construção historiografica, o autor buscou tratar os temas com uma linguagem clara, estimulante e de fácil compreensão. No entanto, se enganam aqueles que pensam que o autor negligenciou do nível, densidade e complexidade com que devem ser tratadas questões relacionadas ao conhecimento histórico. Sem abrir mão em nenhum momento da boa escrita, o autor procurou enriquecer sua obra com exemplos pertinentes tanto ao universo acadêmico, quanto da vida cotidiana – o que contribuiu sobremaneira para o entendimento de temas tratados ao longo dos capítulos, e em diferentes níveis. Barros procurou tratar a história a partir de sua diversidede e complexidade, sem no entanto incorrer no erro, tão comum a outros escritores que tratam de temas semelhantes, de direcionar sua obra para uma corrente específica, em detrimento das demais. E como um adendo luxuoso à lucidez usada na confecção de O Projeto de Pesquisa em História, o autor procura ilustrar cada ponto, a partir de obras historiográficas de peso, e que versam sobre a historiografia do Brasil ou de outros países.
O leitor que tem o previlégio de percorrer as páginas de O Projeto de Pesquisa em História facilmente constatará que Barros procurou se apoiar em obras de grandes autores mundiais, filiados às principais correntes historiográficas. Não obtante, o que se infere da leitura de seu livro é que em nenhum momento ele procurou privilegiar ou se apoiar em uma escola de pensamento determinada. O que se percebe é que o autor teve o cuidado de elaborar um livro que atendesse a múltiplas linhas de pensamento, em conformidade com a percpectiva atual da interdiciplinaridade.
Pode-se acusar José Costa D’Assunçao de ter escrito um livro que dificilmente se tornará um best-seller entre o leitor comum, pelo fato desse autor ter tratado alguns temas de forma que para alguns parecerá como prolixa. Porém, o que não se pode negar é que O Projeto de Pesquisa em História é uma obra basilar, principalmente para o estudante e o pesquisador de História que procura numa obra do gênero algo mais que esquemas e roteiros a serem copiados ligeiramente nos momentos de sufoco.


Resenhista: José Eduardo Bastos – estudante do 7º periodo da Faculdade José Augusto Vieira.


Lagarto(SE), 06 de novembro de 2008