BARROS, José d’Assunção. O projeto de pesquisa em História. Da escolha do tema ao quadro teórico. Petrópolis: Vozes, 2005.
José D’Assunção Barros é historiador e professor de História, com doutorado pela Universidade Federal Fluminense. Desenvolve pesquisas sistemáticas na área de História da Cultura nos cursos de graduação e mestrado em História da Universidade USS de Vassouras. Esse carioca que nasceu em 22 de setembro de 1967 possui uma trajetória acadêmica das mais respeitavéis. Nos últimos anos José D'Assunção Barros tem legado grande contribuição intelectual ao meio, escrevendo ensaios e artigo que versam sobre temáticas tão diversas quanto instigantes, como História da Arte, História da Música, História da Literatura, Cinema, Teoria e Metodologia da História, Historiografia, e temas ligados à História de modo geral. Entre os artigos de sua autoria, que foram recebidos sempre com aplausos no meio acadêmico, está o que foi intitulado "Desigualdades e Diferenças", e que procura examinar o fato de alguns processos de dominação transformar determinadas Desigualdades em Diferenças, o que acaba mudando o próprio enfoque social da questão. Em artigos posteriores o autor discorreria ainda sobre problemas históricos, como a escravidão de africanos nos tempos do Brasil Colonal e do Brasil Império, o transporte de milhões de negros para as Américas, as relações entre desigualdades e diferenças sexuais, e as múltiplas trajetórias históricas da noção de "Igualdade" no âmbito do pensamento político, do imaginário e da história dos movimentos sociais.
No campo da História da Arte, José D'Assunção Barros escreveu também alguns ensaios, incluindo "Arte Moderna e Alteridade", no qual busca mostrar como o diferencial da Arte Moderna, a partir de fins do século XIX, e sobretudo no decorrer do século XX, estabeleceu-se precisamente a partir da capacidade que os artistas ocidentais modernos desenvolveram no sentido de renovarem seus próprios padrões criativos e suas práticas artísticas. Simultâneo à carreira de escritor e ensaísta, o autor aqui retratado atuou também no Ensino de História e no Ensino de Música, e suas teses de Mestrado e Doutorado combinam estes dois campos de saber (a História e a Música) conjuntamente com a Literatura, dando origem a estudos sobre os trovadores do período medieval, e sobre a expressão do Imaginário Político na música, na literatura e nas genealogias medievais.
No livro “Projeto de Pasquisa” José Costa D’Assunção oferece, tanto ao estudante de História, quanto ao pesquisado da área em formação, uma discursão pertinente - e em sintonia com o tempo presente – sobre os procedimentos e inúmeros aspectos que envolvem o desenvolvimento de uma pesquisa em história, além de propor alternativas para a elaboração de Projetos de pesquisa em História.
O autor reserva o capítulo de abertura do livro para falar sobre os requisitos fundamentais a um projeto de pesquisa, em especial a flexibilidade que o mesmo deve ter, para garantir que o pesquisador possa optar por uma nova construção teórica, de acordo com novas descobertas que venham à baila ao longo de sua pesquisa. Segundo Barros, à medida que o objeto de pesquisa é submetido a avaliações de pessoas que não estão envolvidas diretamente com sua elaboração, irão surgindo dúvidas e esclarecimentos, que conscientizarão o pesquisador sobre a necessidade de fazer um confronto honesto entre sua proposta e o que já foi escrito por outros sobre o tema.
Encontrar tempo é sempre um dos grandes problemas para o homem moderno, em especial para aqueles que labutam durante boa parte do dia, e ainda abraçam os desafios de uma vida acadêmica. O autor parece ter consciência exata disso, ao reservar boa parte do primeiro capítulo para discutir os passos que podem ser dado pelo pesquisador para que o Projeto de Pesquisa possa ser viabilizado. Nessa perpectiva, o autor brinda seus leitores com discas preciosas sobre por que fazer um Projeto de Pesquisa, o que fazer, para que fazer, como se faz a delimitação do tema, o que colocar na introdução, na justificativa, no desenvolvimento e conclusão, e como proceder para estabelecer a delimitação temática. Sem descuidar um só momento dos passos necessários a uma boa pesquisa, Barros discute, também com profundidade, questão como metodologia, revisão bibliográfica, conograma, recursos materiais, e até mesmos as forma de diálogos que devem ser estabelecidos entre pesquisador e autores.
Para demonstrar finalmente a importância de um projeto de Pesquisa, Barros diz que ele representa um caminho a ser construido passo a passo, a partir dos materiais elaborados pelo próprio pesquisador, com a finalidade de se reduzir o máximo possível o tempo necessário à sua execução. O Projeto de Pesquida se afigura então como um instrumento que garante, ao pesquisador, economizar tempo, agilizar o trabalho de pesquisa e alcançar os objetivos pretendidos.
A exemplo de outros autores que versam sobre o mesmo tema, em O Projeto De Pesquisa em História o autor procura enfatizar a importância de um projeto de pesquida, enquanto elemento norteador de todo e qualquer trabalho levado a efeito também por aqueles que se propõem a fazer o registro histórico. Na concepção de José D’Assunção Barros, por si só o Projeto de Pesquisa consegue apontar os caminhos a serem percorridos, as etapas a serem vencidas e os recursos teóricos de que deve se acercar o pesquisador para longrar êxito em sua empreitada.
Nas páginas de O Projeto De Pesquisa em História todos os itens são tratados com a profundidade devida. Mas o que se pode facilmente inferir da leitura dos capitulos do livro é que o autor partiu do pressuposto de que a história é sempre um campo complexo de conhecimentos, que portanto sinaliza com possibilidade e caminhos infinitos. Sendo assim, José Costa D’Assunçao diz para seu leitor com muita objetividade que, no campo da História, uma pesquisa pode ser realizada com maior riqueza e eficácia se precedida de um planejamento em seus múltiplos aspectos. E isso pressupõe, antes de tudo, a elaboração de um Projeto de Pesquisa devidamente adequado às especifidades do tema trabalhado. A exemplo de outras ciências humanas, a pesquina no campo da história representa também um caminho que deve ser construído como fruto da labuta do próprio pesquisador, e isso envolve iniciativas como delimitação de etapas, como identificação do problema da pesquisa, constituição do quadro teórico e definição de uma metodologia que esteja em perfeita sincronia com as fontes.
Na confecção dessa obra, que deve fazer parte da biblioteca de todos aqueles que prezam também pela boa construção historiografica, o autor buscou tratar os temas com uma linguagem clara, estimulante e de fácil compreensão. No entanto, se enganam aqueles que pensam que o autor negligenciou do nível, densidade e complexidade com que devem ser tratadas questões relacionadas ao conhecimento histórico. Sem abrir mão em nenhum momento da boa escrita, o autor procurou enriquecer sua obra com exemplos pertinentes tanto ao universo acadêmico, quanto da vida cotidiana – o que contribuiu sobremaneira para o entendimento de temas tratados ao longo dos capítulos, e em diferentes níveis. Barros procurou tratar a história a partir de sua diversidede e complexidade, sem no entanto incorrer no erro, tão comum a outros escritores que tratam de temas semelhantes, de direcionar sua obra para uma corrente específica, em detrimento das demais. E como um adendo luxuoso à lucidez usada na confecção de O Projeto de Pesquisa em História, o autor procura ilustrar cada ponto, a partir de obras historiográficas de peso, e que versam sobre a historiografia do Brasil ou de outros países.
O leitor que tem o previlégio de percorrer as páginas de O Projeto de Pesquisa em História facilmente constatará que Barros procurou se apoiar em obras de grandes autores mundiais, filiados às principais correntes historiográficas. Não obtante, o que se infere da leitura de seu livro é que em nenhum momento ele procurou privilegiar ou se apoiar em uma escola de pensamento determinada. O que se percebe é que o autor teve o cuidado de elaborar um livro que atendesse a múltiplas linhas de pensamento, em conformidade com a percpectiva atual da interdiciplinaridade.
Pode-se acusar José Costa D’Assunçao de ter escrito um livro que dificilmente se tornará um best-seller entre o leitor comum, pelo fato desse autor ter tratado alguns temas de forma que para alguns parecerá como prolixa. Porém, o que não se pode negar é que O Projeto de Pesquisa em História é uma obra basilar, principalmente para o estudante e o pesquisador de História que procura numa obra do gênero algo mais que esquemas e roteiros a serem copiados ligeiramente nos momentos de sufoco.
Resenhista: José Eduardo Bastos – estudante do 7º periodo da Faculdade José Augusto Vieira.
Lagarto(SE), 06 de novembro de 2008
José D’Assunção Barros é historiador e professor de História, com doutorado pela Universidade Federal Fluminense. Desenvolve pesquisas sistemáticas na área de História da Cultura nos cursos de graduação e mestrado em História da Universidade USS de Vassouras. Esse carioca que nasceu em 22 de setembro de 1967 possui uma trajetória acadêmica das mais respeitavéis. Nos últimos anos José D'Assunção Barros tem legado grande contribuição intelectual ao meio, escrevendo ensaios e artigo que versam sobre temáticas tão diversas quanto instigantes, como História da Arte, História da Música, História da Literatura, Cinema, Teoria e Metodologia da História, Historiografia, e temas ligados à História de modo geral. Entre os artigos de sua autoria, que foram recebidos sempre com aplausos no meio acadêmico, está o que foi intitulado "Desigualdades e Diferenças", e que procura examinar o fato de alguns processos de dominação transformar determinadas Desigualdades em Diferenças, o que acaba mudando o próprio enfoque social da questão. Em artigos posteriores o autor discorreria ainda sobre problemas históricos, como a escravidão de africanos nos tempos do Brasil Colonal e do Brasil Império, o transporte de milhões de negros para as Américas, as relações entre desigualdades e diferenças sexuais, e as múltiplas trajetórias históricas da noção de "Igualdade" no âmbito do pensamento político, do imaginário e da história dos movimentos sociais.
No campo da História da Arte, José D'Assunção Barros escreveu também alguns ensaios, incluindo "Arte Moderna e Alteridade", no qual busca mostrar como o diferencial da Arte Moderna, a partir de fins do século XIX, e sobretudo no decorrer do século XX, estabeleceu-se precisamente a partir da capacidade que os artistas ocidentais modernos desenvolveram no sentido de renovarem seus próprios padrões criativos e suas práticas artísticas. Simultâneo à carreira de escritor e ensaísta, o autor aqui retratado atuou também no Ensino de História e no Ensino de Música, e suas teses de Mestrado e Doutorado combinam estes dois campos de saber (a História e a Música) conjuntamente com a Literatura, dando origem a estudos sobre os trovadores do período medieval, e sobre a expressão do Imaginário Político na música, na literatura e nas genealogias medievais.
No livro “Projeto de Pasquisa” José Costa D’Assunção oferece, tanto ao estudante de História, quanto ao pesquisado da área em formação, uma discursão pertinente - e em sintonia com o tempo presente – sobre os procedimentos e inúmeros aspectos que envolvem o desenvolvimento de uma pesquisa em história, além de propor alternativas para a elaboração de Projetos de pesquisa em História.
O autor reserva o capítulo de abertura do livro para falar sobre os requisitos fundamentais a um projeto de pesquisa, em especial a flexibilidade que o mesmo deve ter, para garantir que o pesquisador possa optar por uma nova construção teórica, de acordo com novas descobertas que venham à baila ao longo de sua pesquisa. Segundo Barros, à medida que o objeto de pesquisa é submetido a avaliações de pessoas que não estão envolvidas diretamente com sua elaboração, irão surgindo dúvidas e esclarecimentos, que conscientizarão o pesquisador sobre a necessidade de fazer um confronto honesto entre sua proposta e o que já foi escrito por outros sobre o tema.
Encontrar tempo é sempre um dos grandes problemas para o homem moderno, em especial para aqueles que labutam durante boa parte do dia, e ainda abraçam os desafios de uma vida acadêmica. O autor parece ter consciência exata disso, ao reservar boa parte do primeiro capítulo para discutir os passos que podem ser dado pelo pesquisador para que o Projeto de Pesquisa possa ser viabilizado. Nessa perpectiva, o autor brinda seus leitores com discas preciosas sobre por que fazer um Projeto de Pesquisa, o que fazer, para que fazer, como se faz a delimitação do tema, o que colocar na introdução, na justificativa, no desenvolvimento e conclusão, e como proceder para estabelecer a delimitação temática. Sem descuidar um só momento dos passos necessários a uma boa pesquisa, Barros discute, também com profundidade, questão como metodologia, revisão bibliográfica, conograma, recursos materiais, e até mesmos as forma de diálogos que devem ser estabelecidos entre pesquisador e autores.
Para demonstrar finalmente a importância de um projeto de Pesquisa, Barros diz que ele representa um caminho a ser construido passo a passo, a partir dos materiais elaborados pelo próprio pesquisador, com a finalidade de se reduzir o máximo possível o tempo necessário à sua execução. O Projeto de Pesquida se afigura então como um instrumento que garante, ao pesquisador, economizar tempo, agilizar o trabalho de pesquisa e alcançar os objetivos pretendidos.
A exemplo de outros autores que versam sobre o mesmo tema, em O Projeto De Pesquisa em História o autor procura enfatizar a importância de um projeto de pesquida, enquanto elemento norteador de todo e qualquer trabalho levado a efeito também por aqueles que se propõem a fazer o registro histórico. Na concepção de José D’Assunção Barros, por si só o Projeto de Pesquisa consegue apontar os caminhos a serem percorridos, as etapas a serem vencidas e os recursos teóricos de que deve se acercar o pesquisador para longrar êxito em sua empreitada.
Nas páginas de O Projeto De Pesquisa em História todos os itens são tratados com a profundidade devida. Mas o que se pode facilmente inferir da leitura dos capitulos do livro é que o autor partiu do pressuposto de que a história é sempre um campo complexo de conhecimentos, que portanto sinaliza com possibilidade e caminhos infinitos. Sendo assim, José Costa D’Assunçao diz para seu leitor com muita objetividade que, no campo da História, uma pesquisa pode ser realizada com maior riqueza e eficácia se precedida de um planejamento em seus múltiplos aspectos. E isso pressupõe, antes de tudo, a elaboração de um Projeto de Pesquisa devidamente adequado às especifidades do tema trabalhado. A exemplo de outras ciências humanas, a pesquina no campo da história representa também um caminho que deve ser construído como fruto da labuta do próprio pesquisador, e isso envolve iniciativas como delimitação de etapas, como identificação do problema da pesquisa, constituição do quadro teórico e definição de uma metodologia que esteja em perfeita sincronia com as fontes.
Na confecção dessa obra, que deve fazer parte da biblioteca de todos aqueles que prezam também pela boa construção historiografica, o autor buscou tratar os temas com uma linguagem clara, estimulante e de fácil compreensão. No entanto, se enganam aqueles que pensam que o autor negligenciou do nível, densidade e complexidade com que devem ser tratadas questões relacionadas ao conhecimento histórico. Sem abrir mão em nenhum momento da boa escrita, o autor procurou enriquecer sua obra com exemplos pertinentes tanto ao universo acadêmico, quanto da vida cotidiana – o que contribuiu sobremaneira para o entendimento de temas tratados ao longo dos capítulos, e em diferentes níveis. Barros procurou tratar a história a partir de sua diversidede e complexidade, sem no entanto incorrer no erro, tão comum a outros escritores que tratam de temas semelhantes, de direcionar sua obra para uma corrente específica, em detrimento das demais. E como um adendo luxuoso à lucidez usada na confecção de O Projeto de Pesquisa em História, o autor procura ilustrar cada ponto, a partir de obras historiográficas de peso, e que versam sobre a historiografia do Brasil ou de outros países.
O leitor que tem o previlégio de percorrer as páginas de O Projeto de Pesquisa em História facilmente constatará que Barros procurou se apoiar em obras de grandes autores mundiais, filiados às principais correntes historiográficas. Não obtante, o que se infere da leitura de seu livro é que em nenhum momento ele procurou privilegiar ou se apoiar em uma escola de pensamento determinada. O que se percebe é que o autor teve o cuidado de elaborar um livro que atendesse a múltiplas linhas de pensamento, em conformidade com a percpectiva atual da interdiciplinaridade.
Pode-se acusar José Costa D’Assunçao de ter escrito um livro que dificilmente se tornará um best-seller entre o leitor comum, pelo fato desse autor ter tratado alguns temas de forma que para alguns parecerá como prolixa. Porém, o que não se pode negar é que O Projeto de Pesquisa em História é uma obra basilar, principalmente para o estudante e o pesquisador de História que procura numa obra do gênero algo mais que esquemas e roteiros a serem copiados ligeiramente nos momentos de sufoco.
Resenhista: José Eduardo Bastos – estudante do 7º periodo da Faculdade José Augusto Vieira.
Lagarto(SE), 06 de novembro de 2008
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