terça-feira, 25 de maio de 2010

Escrito há anos atrás, esse é um texto que aborda um tema por demais atual: a questão da exploração da floresta amazônica

QUEREM INTERNACIONALIZAR A AMAZÔNIA

O quê fazer?

Em nome do progresso a qualquer custo, os dirigentes dos países desenvolvidos sempre assumiram uma postura de conivência diante de empresas e outros agentes agressores da natureza. A conseqüência desse investida indiscriminada e permitida contra os recursos naturais se traduziu em rios poluídos e ar irrespirável.

Percebe-se que nos últimos anos a natureza tem vindo à forra, provocando mais cheias, furacões, ciclones, maremotos, deslizamentos de terra e outros fenômenos igualmente traumáticos à humanidade.

Acossados por crescente clamor popular, os grandes líderes se esforçam para encontrar uma saída capaz de acalmar os ânimos dos seus cidadãos descontentes. E a saída mais cômoda parece ter sido a de criar um novo discurso, segundo o qual a floresta amazônica é a salvação do mundo. E, ao transformar essa “grande descoberta” em ideologia, os dirigentes dos países desenvolvidos buscam formar uma grande cadeia de aliados, que os ajude a difundir não apenas a idéia da importância da preservação da floresta amazônica, mas também a proposta de permitir que os recursos naturais dessa região possam ser administrados e explorados por outros países.

É evidente que por trás desse discurso aparentemente ecológico de figuras como Bill Clinton, Henri Kissinger, Mikhail Gorbachov, Francois Mitterrand, etc., se escondem, mais que tudo, interesses de natureza econômicos. Trabalhos científicos - divulgados recentemente em publicações especializadas -, insinuam que na floresta amazônica se encontram as plantas que podem servir como matéria prima para produzir os remédios que vão ser usados para por fim em doenças como o câncer e a Aids.

Fica claro, portanto, que a grande preocupação dos que defendem a internacionalização da Amazônia não é apenas porque os brasileiros estão queimando a maior floresta tropical do mundo, nem apenas porque isso pode significar um aumento do gás carbônico lançado todo ano na atmosfera, ou porque isso representa ainda a diminuição da camada de ozônio que protege a terra. O grande objetivo desse pessoal é criar um clima favorável lá fora – e até mesmo aqui dentro –, para que amanhã eles venham a se impor como administradores dos recursos naturais aqui existentes (principalmente como gerenciadores da divisão do bolo formando pela comercialização de nossa matéria prima), sem encontrar qualquer tipo de resistência interna, ou sem se preocupar em serem molestados por críticas vindas da comunidade internacional.

A tendência é essa guerra ideológica contra o Brasil se intensificar cada vez mais. Fazer a caveira do nosso país parece ser a forma que os Estados Unidos encontraram para transformar a opinião pública em sua aliada em potencial.

Mas afinal, os norte-americanos não são craques em criar aliados para apoiá-los, mesmo quando eles resolvem participar de ações que ferem direitos humanos mais elementares? Os norte-americanos não contaram com o apoio de muitos países quando eles – em meados dos anos sessenta – resolveram invadir o Vietnã, com a desculpa de que era preciso livrar esse país do “perigo comunista”? E o que aconteceu ao longo da década de setenta? Por acaso os Estados Unidos não contaram até mesmo com o apoio da Igreja para espalhar ditaduras militares por diversos países da América Latina? Os norte-americanos não contaram sempre com aliados pelo mundo afora para manter o bloqueio econômico – e criminoso – contra Cuba?

Há poucos mais de duas semanas atrás os Estados Unidos procuraram abafar o escândalo sexual envolvendo Bill Clinton, e lançaram meia dúzia de mísseis Tomahawk contra o Afeganistão e o Sudão, matando dezenas de inocentes. Por ventura, algum país de maior influência se preocupou em vir a público para fazer uma condenação mais veemente contra mais esse genocídio praticado pelos norte-americanos?

A história está repleta de exemplos em que os Estados Unidos se arvoraram no direito de atuar como policial do planeta e de atentar contra a soberania de um país quando bem entender, seja para derrubar presidentes, seja para questionar um regime político, ou ainda para impor o modelo econômico ditado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O que governos como os de Bill Clinton intencionam fazer agora com a Amazônia pode diferir um pouco na forma, mas no conteúdo é muito semelhante a outros atentados que eles têm patrocinado nos últimos anos contra a soberania de uma série de países.

E se apenas saber das intenções dos Estados Unidos em relação à floresta amazônica já nos leva a uma reflexão profunda, e a prever que a nossa maior floresta pode ter um destino semelhante ao que foi dado às estatais brasileiras (empresas cujos patrimônios foram sucateados, e entregues aos estrangeiros a preço de banana), uma notícia recente sobre a Amazônia - que circulou nas revistas nacionais – nos coloca em alerta, e com a convicção de que algo precisa ser feito com urgência.

Sob o pretexto de que é preciso combater o narcotráfico e a guerrilha colombiana na fronteira, o Brasil aceitou que Bill Clinton enviasse um grande aparato militar ao Brasil; aparato esse que ocupou posições estratégicas dentro da floresta, por um período de tempo não divulgado. Ou seja, pelo que se conhece de outras ações dos ianques, é muito provável que esse discurso de combate ao narcotráfico seja usado apenas como uma espécie de álibi, para esconder o que os norte-americanos realmente pretendem fazer no norte do nosso país.

Indignação. Esse talvez seja o termo apropriado para designar o sentimento que nos domina, sempre que paramos para refletir sobre o destino que parece estar reservado à nossa floresta. Mas essa criança indefesa chamada Floresta Amazônica espera de nós algo mais que o desenvolvimento de um sentimento de revolta interior. A floresta espera que nós, que ainda temos o privilégio de freqüentar uma escola, e que temos acesso a informações esclarecedoras, façamos mais que apenas lamentar seu futuro sombrio. Na verdade, o que a floresta espera de pessoas socialmente sensíveis como nós, é que nos transformemos em porta-vozes da natureza; em pessoas capazes de fazer com que seu grito de agonia possa ecoar e ser ouvido pelo mundo afora.

Faz tempo que os inimigos do ar, da fauna e da flora iniciaram uma grande ofensiva visando justificar a investida dos mesmos sobre as riquezas naturais da Amazônia. Cabe a nós - que somos simples mortais, mas que não conseguimos calar perante algumas das ações inconseqüentes dos nossos semelhantes - forjamos espaços nos meios de comunicação, onde seja possível tanto denunciar os agressores da natureza, quanto ganharmos adeptos para formarmos uma grande cruzada em defesa de ecologia e da vida.

Afinal, como disse o poeta: “Quem hoje é vivo corre perigo. E só quem pode nos salvar é caviúna, cerejeira, baraúna, imbula, pau-d’arco, solva, juazeiro e jatobá; gonçalo-alves, paraíba, itaúba, louro, ipê, paracaúba, peroba, massaranduba; carvalho, mogno, canela, imbuzeiro, catuaba, janaúba, arueira, araribá; pau-ferro, angico, amargoso, gameleira...”


José Eduardo Bastos

sexta-feira, 21 de maio de 2010

``A BOMBA ATÔMICA É TRISTE. COISA MAIS TRISTE NÃO HÁ``

Tempos atrás uma revista de grande circulação em nosso país realizou uma pesquisa entre seus leitores, com o objetivo de saber qual a imagem que marcou o século XX. A grande vencedora foi a de uma menina, flagrada pelas lentes de um repórter cinematográfico, quando corria nua e aos prantos no meio do asfalto, após perder seus familiares, vitimados pelos efeitos da bomba atômica que acabava de explodir no meio de sua cidade.

O resultado dessa pesquisa não fez mais que confirmar uma das características mais comum ao ser humano. Sempre que o homem, por um motivo ou outro, pára para refletir sobre seu passado, a primeira imagem que surge em sua mente diz respeito aqueles fatos que foram capazes de despertar sentimentos como desgosto e tristeza.

O lançamento da bomba atômica sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki representa o marco de maior tristeza para toda a humanidade por dois motivos muito simples. Em primeiro lugar, ele confirma a estupidez do homem em exterminar milhares de inocentes, sem que para isso houvesse qualquer justificativa. Em segundo lugar, mostrou ao mundo uma nova faceta do ser humano: sua capacidade em usar da inteligência para colocar a ciência a serviço da destruição de seus semelhantes, inclusive de seres indefesos - como crianças, idosos, etc.

Dia desses, o Jornal Nacional mostrou uma reportagem com o homem que criou a bomba atômica. Ele mostrava-se desconsolado com o uso que fora dado a sua ``grande criação``, e se dizia disposto a liderar uma grande campanha pela paz.

Para nós, resta uma resposta para uma pergunta que não quer calar. Será que esse arrependimento tardio é suficiente para devolver o sorriso aos rostos de famílias que, até hoje, choram os efeitos de uma das maiores insanidades já registradas pela história contra seres humanos?

José Eduardo Bastos

quinta-feira, 20 de maio de 2010

SOBRE O ABORTO

O direto à interrupção de uma gravidez de forma precoce é um tema sempre atual, polêmico e capaz de dividir, através dos tempos, a sociedade em dois blocos bem distintos: de um lado a turma que o condena, usando como argumentos preceitos religiosos; do outro, setores progressistas, que defendem sua prática como um direito inalienável à livre escolha.

Aqueles que condenam o aborto geralmente se baseiam em princípios cristãos, e dizem que o feto, a partir do momento em que começa a ser concebido no ventre materno, já possui todas as características dos seres vivos. Portanto, o único que podia tirar-lhe a vida seria o ente que o criou e que conduz o destino de todas as coisas: Deus.

Se por um lado os críticos do aborto contam com um arsenal de argumentos bíblicos para o condenar, por outro lhes faltam respostas para problemas cruciais, gerados por nascimentos de filhos de forma indesejada ou mal programada. Por exemplo, o que esse pessoal tem feito para evitar que as crianças que nascem em lares economicamente miseráveis acabem nas ruas, ingressem no mudo das drogas, do crime ou tenham como destino final uma dessas febens da vida? O que esse pessoal tem feito pelos meninos e meninas que nascem em famílias numerosas, e que logo são abrigadas a sobreviverem nas ruas – sujeitos a todo tipo de violência -, simplesmente porque a seus pais faltam condições materiais para criá-los decentemente?

Enquanto os que condenam o aborto acabam mergulhando num mar de contradições, aqueles que defendem a legalização dessa prática lançam mão de argumentos concretos e objetivos. Eles dizem que se uma mulher pega uma gravidez como conseqüência de um estupro, nada mais natural que lhe seja dado o direito de ter, ou não, esse filho. As vozes favoráveis ao aborto partem de um princípio, segundo o qual se uma gravidez, por um motivo ou outro, coloca em risco a vida da mãe, nada mais oportuno que interrompê-la, até como condição para que se preserve a vida que, nesse caso, merece toda a prioridade do mundo.

Na luta de conscientização objetivando ganhar aliados, os defensores do aborto são bastante realistas. Eles dizem que mesmo que permaneça como ilegal, o aborto continuará sendo praticado com a mesma regularidade de antes. A sua legalização redundaria em grandes benefícios para as mulheres, haja vista que a sociedade teria como exigir que o Estado equipasse seus hospitais, para que dessa forma a clientela pudesse ser atendida de forma digna e humana. É preciso que o aborto passe a merecer a mesma atenção dispensada ao parto. Só assim será possível evitar que milhares de mulheres arrisquem suas vidas, usado os serviços desses charlatões que comandam clinicas clandestinas pelo país afora.

Ora, nessa batalha verbal entre defensores e opositores do aborto, o que observamos é que estão esquecendo de dar voz e vez a parte mais envolvida e interessada na questão. Se a natureza deu à mulher a primazia em procriar seres humanos - com todas as conseqüências maléficas e benéficas daí advindas -; se cabe à mulher o ônus maior na criação dos filhos, o mais justo é que a voz feminina seja a que fale mais alto e tenha a palavra final em todo esse debate.

JOSÉ EDUARDO BASTOS

Redação

COM A PALAVRA O SENHOR PÉ DE JAMBO


Há muitos anos plantaram-me aqui nesse quintal. A pessoa que introduziu minha semente nessa terra jamais esteve presente para acompanhar meu desenvolvimento. Durante muito tempo essa casa esteve completamente deserta, sem ninguém para saborear meus frutos, ou para admirar a beleza das flores que brotam em abundância pelo menos duas vezes por ano.

Faz mais de um ano que essa casa foi invadida por uma família numerosa, barulhenta... mas muito divertida. A primeira providência do chefe da família foi capinar o terreno, para arrancar o mato que insistia em dividir comigo água e nutrientes naturais. Livre dos meus companheiros oportunistas, minha copa cresceu e meus galhos se encheram de folhas, aumentando a sombra que agora invade grande parte do amplo quintal.

A harmonia que preservo junto a essa família só é quebrada vez ou outra. É que a chata da cachorra Ruana insiste em ficar a latir ao meu redor, louca para botar suas garras num desses sagüis que vem se divertir pulando em meus galhos e devorando parte dos meus frutos.

Lamentável ainda é a mania desse pessoal em varrer ao meu redor, pelo menos duas vezes ao dia. Puxa... eu produzo uma flor de um vermelho tão bonito! No entanto, nessa família tem uma menina que, devido a sua mania de limpeza, usa de toda sua insensatez para encher sacos e mais sacos com as flores que caem de mim. Essas flores bem que poderiam formar um belo tapete vermelho para impressionar os olhos sensíveis às coisas da natureza.

Esse pé de carambola, meu vizinho, já percebeu meu contentamento nos finais de semanas em que os meninos reúnem os amigos aqui no quintal. O som fica o tempo todo tocando a toda altura, mas é possível ouvi-los discutir sobre a beleza de minhas flores, a raridade dos meus frutos e o oportunismo de minha sombra.

Esses elogios elevam meu ego às alturas e fazem com que eu renasça a cada dia com disposição em compor o que chamam de espetáculo da natureza.


José Eduardo Bastos

segunda-feira, 17 de maio de 2010

AO COMANDO

“Aprenda o mais simples!”.
Para aqueles cuja hora chegou
Nunca é tarde demais!
Aprenda o ABC
Não basta... Mas aprenda!
Não desanime! Comece!
É preciso saber tudo
Você tem que assumir o comando!
Aprenda, homem no asilo!
Aprenda, homem na prisão!
Aprenda, mulher na cozinha!
Aprenda ancião...
Você tem que assumir o comando!
Freqüente a escola você que não tem casa
Adquira conhecimentos você que sente frio
Você que tem fome, agarre o livro: É uma arma!
Você tem que assumir o comando!
Não se envergonhe de perguntar, camarada!
Não se deixe convencer!
Veja com seus olhos!
O que não sabe por conta própria, não sabe.
Verifique a conta: É você quem vai pagar.
Ponha o dedo sobre cada item.
Pergunte: o que é isso?
Você tem que assumir o comando”.

Bertold Brecht

sábado, 15 de maio de 2010

"Carta" escrita como proposta de redação da professora de Português e Redação, quando o autor fazia o 2º ano de Informática Industrial na UNED

Prezado Amigo Renato Russo,

Nesse momento preciso acreditar que sua alma permanece entre nós. Só assim será possível comunicar-me com você para dizer-lhe o quanto sua obra marcou minha geração e o que representou, nesse momento, sua partida abrupta.

Tive o privilégio de despertar para a vida no momento em que a sociedade do meu país saía das trevas políticas e começava a respirar os primeiros ares da democracia. Na esteira dos movimentos sociais que pipocavam pelo país afora, o rock nacional ressurgia das cinzas para dar novo alento à Música Popular Brasileira e para embalar os corações rebeldes que alimentavam a chama das mudanças sociais sonhadas.

Entre as bandas que começaram a ocupar espaço nesse novo cenário musical, a Legião Urbana se sobressaia e despertava a atenção da juventude mais atenta por diversos motivos: o vocalista tinha mesmo um tom de voz diferente, que nos fazia lembrar da melhor fase de Elves Presley. As músicas, de uma sonoridade sem igual, e as letras, diretas e sem repetições, conseguiam transmitir a mensagem de imediato, refletindo tudo aquilo que até então tinha permanecido contido no peito da juventude.

Renato, é preciso que você saiba que, há tempos, as músicas da Legião
Urbana vêm servindo de trilha sonora para embalar momentos que marcaram e que, por isso, permanecem vivos em minha memória.

Há pouco tempo atrás, eu (acompanhado de dois irmãos e de um grupo de
estudantes aqui de Lagarto) estava em Goiânia, participando de um congresso estudantil. Na noite que antecedeu o término do evento, os cerca de cinco mil jovens que estavam ali, representando todos os estados do país, se reuniram numa praça da cidade para uma festa de congraçamento. Como não poderia deixar de ser, as músicas da Legião monopolizaram as preferências e tocaram de forma ininterrupta durante toda a noite, para delírio geral da galera presente. E a praça se transformou num só frenesi; a moçada destilava emoção por todos os poros, acompanhando cada melodia executada a plenos pulmões, e torcendo para que o tempo parasse e aquele êxtase coletivo pudesse se prolongar por horas a fio; assim ninguém teria a preocupação de ser desperto pelo toque do sino da realidade.

Mas cara, não foi apenas dessa vez que presenciei a pujança de suas canções.
Lá em casa você conquistou fãs que sabem todas as suas letras de cor, e que aguardam o lançamento de um disco da Legião com a mesma expectativa que assalta um pai que espera o nascimento de seu primogênito.

Renato, é preciso que você saiba que em minha casa seus discos são tocados
a exaustão e suas letras decoradas e debatidas pelos irmãos Bastos, sempre que nos reunimos numa mesa de bar, do almoço ou do jantar. Pode parecer exagero de minha parte, mas a verdade é que lá em casa, Renato, suas músicas têm servido para conquistar corações femininos que, a priori, se mostram insensíveis. Sempre que um enamorado briga com sua garota ou intenciona conquistar aquele “broto” que acabou de conhecer, basta recorrer a um dos versos de suas melodias. Apenas o recurso a esse expediente garante o sucesso da investida amorosa. E suas letras têm amolecido corações com a competência de um cupido infalível. Talvez isso aconteça pelo fato de sua poesia calar fundo na alma e falar, de forma simples, dos sentimentos verdadeiros que as pessoas não conseguem expressar.

É, Renato, você partiu cedo demais!


Apesar dos pesares, você deve se considerar um ser privilegiado; privilegiado
pelo fato de ter conquistado o direito de registrar seus pensamentos para que os mesmos sejam não apenas admirados no presente, mas alcancem o status da imortalidade. Ainda em vida, você assistiu sua música “Índios” ser eleita patrimônio da humanidade. Hoje, esta mesma letra figura em destaque no Museu Nacional do Índio. Dessa forma ela poderá, no futuro, receber o reconhecimento merecido das gerações que nos sucederão.

Nesse momento preciso despedir-me de você. Antes, preciso lhe dizer
que, mais que ninguém, sempre entendi sua dificuldade e angústia em viver nesse mundo. Você era um cara que pensava e precisava que as pessoas fizessem sua parte. A indiferença coletiva, com certeza, devia levá-lo ao desespero, a ponto de você questionar a validade de continuar vivendo em um mundo povoado pela incompreensão, incerteza e bestialidade. Durante o tempo em que você passou entre nós, sua contribuição foi de valor inestimável. Com sua obra, você influenciou e continua a influenciar as mentes e corações das pessoas que desejam viver o presente, sem perder a perspectiva de amar as pessoas como se não houvesse amanhã...

Obrigado por tudo,

José Eduardo Bastos

Tela encomendada ao amigo Givanildo Alves, e que foi doada por mim a meu irmão Kekeu, que afinal é mais fã do lider da Legião do que eu.